Arquivo do mês: abril 2013

Intercongresso do World Archaeological Congress

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Intercongresso do World Archaeological Congress 

Desvelando a Arqueologia de Contrato

Dias 3 e 4 de Junho de 2013.

Porto Alegre/RS (Brasil).

Os arqueólogos criam produtos usados de múltiplas formas por públicos variados, porém, raramente é analisado o seu papel como produtor de mercadorias históricas e os usos destes produtos no contexto capitalista. Quais suas responsabilidades frente a esta produção? Os arqueólogos estão conscientes sobre sua cumplicidade com o mercado e a ordem capitalista? E caso estejam, como conciliam uma prática que demanda por justiça e responsabilidade, quando ao mesmo tempo trabalham com e para projetos capitalistas que passam por cima das demandas sociais? É possível praticar uma arqueologia da descolonização em Programas de Arqueologia de Contrato? A cumplicidade não reflexiva da maioria dos arqueólogos com a Arqueologia de Contrato tem criado um espaço público no qual as demandas do capitalismo por especialistas têm sido prontamente atendidas. Portanto, a relação ent re arqueologia e expansão capitalista aparece como um mero serviço técnico, munida de uma inocente instrumentalidade.

Este intercongresso da WAC, com o tema Desvelando a Arqueologia de Contrato, tem por objetivo analisar as condições sob as quais as relações entre arqueologia de contrato e mercado capitalista se desenvolvem, os princípios (se algum) que são colocados em jogo e os possíveis cenários onde tal cumplicidade pode ser revista e reconstruída através do engajamento crítico.

O evento ocorrerá nos dias 3 e 4 de junho de 2013 no auditório da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, situado na Avenida João Pessoa, nº 80, Porto Alegre, Rio Grande do Sul.

PROGRAMAÇÃO:

03/06/2013

9:00-12:00 – Mesa RedondaArqueologia e Capitalismo: O Passado como Mercadoria?

Palestrantes:

Alejandro Haber (Universidad Nacional de Catamarca/CONICET, Argentina)

Nick Shepherd (University of Cape Town, África do Sul)

Yannis Hamilakis (University of Southampton, Inglaterra)

Debatedor: Cristóbal Gnecco (Universidad del Cauca, Colômbia. CNPq/UFRGS, Brasil)

 

14:00-17:00 – Mesa Redonda: Uma Visão Critica da Arqueologia de Contrato em Perspectiva Mundial

Palestrantes:

Jaime Almansa-Sanchéz (JAS Arqueología  S.L.U., Espanha)

Ivana Carina Jofré (Universidad Nacional de Catamarca/CONICET, Argentina)

Roberto Stanchi (IPHAN, Brasil)

Debatedor: Alejandro Haber (Universidad Nacional de Catamarca, Argentina)

17:30-18:30 – Fórum de Discussão

Mediadora: Fabíola Silva (Universidade de São Paulo, Brasil)

 

04/06/2013

9:00-12:00 – Mesa Redonda: Arqueologia de Contrato no Brasil: Direitos Indígenas e Desenvolvimento EconÃ?mico

Palestrantes:

Jose Otávio Catafesto de Souza (Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil)

Jorge Eremites de Oliveira (Universidade Federal de Pelotas, Brasil)

Loredana Ribeiro (Universidade Federal de Pelotas, Brasil)

Debatedor: Sergio Baptista da Silva (Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil).

 

14:00-17:00 – Mesa Redonda: Agendas para uma (Re)Ação frente o Capitalismo: Impacto Profissional, Educação Patrimonial e Respostas Locais

Palestrantes:

Marcia Bezerra (IPHAN, Brasil)

Fabíola Silva (Universidade de São Paulo, Brasil)

Andrés Zarankin (Universidade Federal de Minas Gerais, Brasil)

Debatedora: Adriana Schmidt Dias (Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil)

 

17:30-18:30 – Fórum de Discussão

Mediadora: Márcia Bezerra (IPHAN, Brasil)

 

 

Inscrições: As inscrições podem ser feitas pelo e-mail desvelandoarqueologiacontrato@gmail.com

 

Valor: R$ 30,00 (Taxa única).


IPHAN/RS e arqueólogos discutem novas diretrizes do CNA

Encontro entre IPHAN/RS e arqueólogos na Unisinos Porto Alegre Foto: Fabricio J. Nazzari Vicroski

Encontro entre IPHAN/RS e arqueólogos na Unisinos Porto Alegre
Foto: Fabricio J. Nazzari Vicroski

No dia 12 de abril de 2013 o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), através da Superintendência Estadual do Rio Grande do Sul, promoveu um encontro com os arqueólogos atuantes no Estado.

A organização do evento ocorrido na Unisinos, Campus Porto Alegre/RS, contou com o auxílio da Sociedade de Arqueologia Brasileira (SAB/Sul).

O objetivo do encontro foi estimular a discussão e prestar esclarecimentos quanto às políticas do IPHAN para a gestão do patrimônio arqueológico, em especial a questão das pesquisas realizadas  no âmbito do licenciamento ambiental, a partir das diretrizes da nova direção do Centro Nacional de Arqueologia (CNA).

O IPHAN esteve representado por Ana Lúcia Goelzer Meira (Superintendente), Mariana Neumann (Arqueóloga) e Lúcia Sampaio Alho Dutra (Procuradora Federal). A mesa foi mediada pelo Arqueólogo e professor Marcus Vinícius Beber (SAB/Sul – Unisinos). Cerca de quarenta pessoas, entre arqueólogos e estudantes, participaram do evento.

O encontro esteve pautado pela discussão acerca da Legislação referente ao patrimônio histórico, arqueológico e cultural à que o IPHAN está submetido, bem como pelo conteúdo de dois instrumentos normativos divulgados pelo IPHAN nos últimos meses, a saber:

Memorando Circular nº 14/2012/CNA/DEPAM de 11/12/2012

Ofício-Circular nº 001/2013-PRESI/IPHAN de 22/02/2013

O Memorando Circular nº 14/2012/CNA/DEPAM trata das novas orientações no tocante ao processo de licenciamento do patrimônio cultural em projetos de engenharia.

As novas diretrizes não são decorrentes de alterações na Legislação, mas sim da interpretação literal do conteúdo da Portaria IPHAN 230/2002. Este novo posicionamento implica, sobretudo, em alterações dos procedimentos necessários à obtenção da anuência do IPHAN em processos de solicitação da Licença Prévia (LP), junto aos órgãos ambientais.

Este instrumento revoga as orientações sobre Diagnóstico Arqueológico Não Interventivo contidas no Memorando nº 002/2008 GEPAM/DEPAM de 16/05/2008. A principal mudança diz respeito à necessidade de submissão de projeto de pesquisa já na fase da LP, em consonância com as Portarias IPHAN 230/2002 e 07/1988.

Até então havia a possibilidade de realização de Diagnósticos Arqueológicos Não Interventivos para a fase de Licença Prévia sem a apresentação de projeto de pesquisa. Segundo o atual entendimento do CNA, esta prática estava em descompasso com a legislação vigente, exigindo assim a readequação dos procedimentos.

Todas as pesquisas arqueológicas ligadas ao licenciamento ambiental devem ser precedidas pela submissão de projeto ao IPHAN, para apreciação e emissão de autorização no Diário Oficial da União (D.O.U), conforme as etapas previstas pela Portaria IPHAN 230/2002:

– Fase de obtenção de Licença Prévia (EIA/RIMA): DIAGNÓSTICO ARQUEOLÓGICO INTERVENTIVO;

– Fase de obtenção de Licença de Instalação (LI): LEVANTAMENTO ARQUEOLÓGICO PROSPECTIVO INTENSIVO;

– Fase de obtenção de Licença de Operação (LO): PROGRAMA DE RESGATE ARQUEOLÓGICO.

TODAS as etapas devem prever atividades de Educação Patrimonial, entretanto, para as fases de LP e LI a metodologia pode estar fundamentada no contato inicial com a população do entorno do empreendimento, o fornecimento de material informativo/educativo, e a identificação de espaços e temáticas passíveis de aprofundamento no Programa de Educação Patrimonial a ser desenvolvido em escolas, centros comunitários e demais espaços, concomitante ao projeto de Resgate Arqueológico. A definição destes parâmetros está sendo discutida pelo IPHAN, que brevemente deverá fornecer maiores informações neste sentido.

Discutiu-se a questão do monitoramento arqueológico, esta prática até então difundida entre os pesquisadores será entendida como um aspecto metodológico, e não como uma exigência prevista pela legislação, já que somente é mencionado pela Portaria Interministerial nº 419/2011. Em linhas gerais o monitoramento somente será aceito para casos excepcionais, onde a aplicação de outras metodologias mostra-se insatisfatória, a exemplo de centros urbanos, áreas pavimentadas e/ou alagadiças e cordões de dunas móveis. Nestes casos o projeto de pesquisa deverá explicitar a necessidade de monitoramento arqueológico como proposta metodológica de investigação, tendo vista a ineficácia de outros procedimentos.

Também foi abordada a questão dos Diagnósticos Arqueológicos Não Interventivos protocolados antes da divulgação do Memorando Circular nº 14/2012/CNA/DEPAM, que ainda aguardam a avaliação do IPHAN. Apesar da polêmica, nestes casos os relatórios serão avaliados com base nos novos parâmetros, ou seja, os estudos não serão considerados suficientes para a obtenção da anuência à emissão da Licença Prévia, devendo-se promover a adequação das pesquisas à Portaria IPHAN 230/2002, através da realização de um Projeto de Diagnóstico Arqueológico Interventivo. Os empreendedores deverão promover a adequação, contratando assim os novos estudos.

O grande número de processos abertos junto ao IPHAN/RS impossibilita o cumprimento do prazo de noventa (90) dias para manifestação, evidenciando a necessidade de fortalecer o corpo técnico do Instituto através da contratação de novos arqueólogos. Este contexto é compartilhado pelas demais Superintendências Estaduais. Atualmente estão sendo avaliados os processos abertos a partir de abril de 2012, a equipe de arqueologia tem concentrado os esforços no sentido de regularizar a situação, o objetivo é de que até janeiro de 2014 as manifestações do Órgão ocorram dentro do prazo estipulado de noventa dias.

No tocante à adequação dos diagnósticos arqueológicos, um fator positivo é a possibilidade de apresentação de um único projeto de pesquisa, contemplando as etapas de LP e LI (Diagnóstico Arqueológico Interventivo e Levantamento Arqueológico Intensivo), para os empreendimentos que já dispõem de Licença Prévia emitida pelos órgãos ambientais competentes. Os dois estudos deverão ser realizados, mas poderá ser apresentado somente um projeto de pesquisa contemplando as duas etapas, obtendo-se, consequentemente, somente uma portaria de autorização. Esta possibilidade representa uma agilidade na tramitação do processo e uma diminuição do orçamento necessário à execução do projeto, especialmente no que tange às despesas com endosso institucional. Esta possibilidade também é prevista para os casos em que os órgãos ambientais adotam um formato de licenciamento unificado para as etapas de LP e LI.

A municipalização do licenciamento ambiental também foi discutida, especialmente a questão concernente à liberação de áreas sem a realização de pesquisas arqueológicas. Neste sentido, a arqueóloga Mariana Neumann esclareceu que a Portaria IPHAN 230/2002 é aplicada para processos que adotam o EIA/RIMA como instrumento de licenciamento. Para outros estudos não há esta obrigação, a menos que na Legislação Estadual ou Municipal esteja prevista a manifestação acerca da presença de bens arqueológicos na área licenciada, nestes casos, conforme previsto na Lei nº 3.924, de 26 de julho de 1961, o IPHAN deve ser consultado. Neste contexto, independente do formato do licenciamento, deve-se adotar os procedimentos previstos na Portaria IPHAN 230/2002.

Por fim foi discutido o conteúdo do Ofício-Circular nº 001/2013-PRESI/IPHAN de 22/02/2013, através do qual o Órgão comunica os critérios utilizados pelo CNA a partir de 1º de março de 2013, na análise dos requerimentos de autorização/permissão para desenvolvimento de pesquisas arqueológicas em território nacional.

Tendo em vista que a profissão de arqueólogo ainda não foi regulamentada, os critérios apresentados correspondem ao posicionamento da Procuradoria Federal, e deverão ser reavaliados quando da regulamentação da profissão.

Este tema absorveu grande parte da discussão, já que limita a atuação de arqueólogos em todo o país. O objetivo do IPHAN ao definir tais critérios foi impedir a atuação de profissionais sem qualificação na área, e/ou com formação extremamente diversa daquela relacionada à Arqueologia. Entretanto, da forma como o documento foi redigido, acabou por prejudicar os profissionais de qualificação notória, que atuam como arqueólogos há mais de uma década, especialmente àqueles ligados à arqueologia acadêmica, mas que nunca tiveram a necessidade de solicitar uma permissão para pesquisa arqueológica em seu nome, já que atuavam em equipes sob a coordenação de um único arqueólogo. Este problema incide sobre pesquisadores ligados a alguns dos maiores e mais tradicionais centros de formação de arqueólogos do país, como a PUC/RS e a Unisinos, e até mesmo profissionais do próprio IPHAN, o que denota a incoerência dos requisitos adotados.

O grande problema reside no fato de que a normatização prevê como requisito para a coordenação de um projeto de pesquisa, a comprovação da condição de graduado em arqueologia, ou curso superior em outras áreas desde que detentor de curso de pós-graduação em arqueologia (ou área de concentração). Acontece que uma grande parte dos arqueólogos atuantes no país possui graduação e/ou pós-graduação em História, com pesquisa desenvolvida na área de Arqueologia, porém, os programas de pós-graduação raramente possuem área de concentração em Arqueologia, mas sim em História, com linhas de pesquisa sobre povoamento pré-colonial, sociedades indígenas, história pré-colonial, entre outras linhas que permitem o direcionamento de suas dissertações e teses para a pesquisa arqueológica.

Em respeito ao princípio da segurança jurídica, a normatização prevê uma regra de transição. Assim, aqueles que não se enquadram nos requisitos, mas que receberam autorização do IPHAN há mais de cinco anos poderão continuar recebendo as permissões de pesquisa. Já aqueles que receberam permissões há menos de cinco anos, terão o prazo de até cinco anos para se adequarem ao novo entendimento, ou seja, cursar um novo programa de Pós-Graduação em Arqueologia (ou área de concentração).

Eventuais mestres, doutores e pós-doutores em História, Antropologia, Sociologia ou áreas afins, que já atuavam como arqueólogos, mas que nunca solicitaram portaria de pesquisa, assim como estudantes e egressos de programas de pós-graduação em História com teses em dissertações em arqueologia, cujos programas não possuem área de concentração em arqueologia, não poderão submeter projetos de pesquisa arqueológica ao IPHAN.

Tais diretrizes geraram um impacto direto na Arqueologia de Contrato, pois alguns profissionais já estão tendo seus projetos de pesquisa recusados pelas Superintendências Regionais, acentuando sobremaneira o problema da escassez de arqueólogos no mercado, dificultando o atendimento, por parte dos empreendedores, das exigências referentes ao licenciamento do patrimônio cultural.

Segundo a Procuradora Federal, o IPHAN não teve o objetivo de restringir a atuação destes profissionais, julgando coerente a proposição de um dispositivo complementar ao Ofício-Circular nº 001/2013-PRESI/IPHAN, a ser apresentada ao IPHAN, a fim de recomendar o ajuste dos requisitos de forma a não prejudicar os pesquisadores já atuantes e capacitados.

Neste sentido, agendou-se uma nova reunião entre os arqueólogos para o dia 08 de maio de 2013, visando à discussão e elaboração do texto complementar. O encontro ocorrerá na Unisinos Porto Alegre/RS, sala Santander, Av. Luiz Manoel Gonzaga, 744
Bairro Três Figueiras. Todos os arqueólogos estão convidados a participar da discussão, de forma a fortalecer a atuação profissional.

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Me. Fabricio J. Nazzari Vicroski

fabricioarqueologia@hotmail.com


Projeto apoia preservação do patrimônio arqueológico

Serviço será prestado graças ao credenciamento junto ao IPHAN, ligado ao Ministério da Cultura

Foto: Divulgação UPF
Materiais encontrados são acondicionados e recebem tratamento adequado pela equipe do Lacuma

Desde novembro de 2012 a Universidade de Passo Fundo (UPF), por meio do Programa de Pós-Graduação em História, do Núcleo de Pré-História e Arqueologia (NuPHA) e do Laboratório de Cultura Material e Arqueologia (Lacuma), está prestando mais um serviço para a pesquisa e o conhecimento. Pelo credenciamento realizado junto ao Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), a Universidade está habilitada a realizar contratos de endosso e apoio institucional a empresas e órgãos públicos para estudo e conservação material e arqueológica, formação de acervos, limpeza de material iconográfico, lítico e cerâmico, documentação gráfica e fotográfica, descrição de artefatos arqueológicos, catalogação dos acervos, além do acondicionamento e armazenamento do material da cultura material e arqueológica e   elaboração de laudos em temas de cultura material.

De acordo com o coordenador do NuPHA, professor Luiz Carlos Tau Golin, representantes de empresas, entidades e instituições que vão iniciar obras e construções em terrenos com material arqueológico podem entrar em contato com o Núcleo para avaliação. “A lei 07/1988 e a portaria 230/2002 do IPHAN determinam que todas as obras a serem executadas precisam ter a prospecção arqueológica. Hoje as empreiteiras e prefeituras precisam realizar esse levantamento para salvamento do patrimônio. Este trabalho é feito basicamente por arqueólogos e historiadores, através de empresas e trabalho particular”, afirma, lembrando que o que difere agora, é que uma instituição de ensino e pesquisa precisa dar o endosso ao serviço, se responsabilizando pela guarda do material. Entre os locais que a prestação do serviço pode ocorrer, destacam-se parques eólicos, redes de transmissões, interligações, pontes, estradas, barragens, condomínios, usinas, etc. O coordenador ainda observa que as obras sem prospecção arqueológica estão sujeitas a embargos.

Primeiro projeto pronto
Tau Golin ressalta que o primeiro projeto já está pronto e diz respeito à Prospecção Arqueológica Interventiva Sistemática e Educação Patrimonial na área de implantação da interligação energética Brasil – Uruguai. O trabalho será executado pela Scientia Consultoria Científica, unidade de Florianópolis, com responsabilidade da Eletrobrás e apoio institucional da UPF, por meio do NuPHA. Segundo o coordenador, a interligação energética Brasil – Uruguai será construída por um linha de transmissão denominada LT 230 Kv Presidente Médici – Candiota, uma Subestação denominada Candiota e uma LT denominada LT 525 Kv Candiota – Aceguá.

Entre os objetivos da prospecção que será realizada, o professor enfatiza a verificação, por meio de um levantamento arqueológico interventivo sistemático, da ocorrência de sítios arqueológicos nas áreas de intervenção das obras de implantação e a elaboração, para cada caso específico, de planos de preservação, resgate ou monitoramento arqueológico dos sítios porventura existentes. Além disso, o acompanhamento objetiva apresentar ao IPHAN os resultados, também informando os funcionários e moradores das proximidades sobre as razões da presença de arqueólogos e do monitoramento, esclarecendo o significado dos bens culturais regionais, materiais e imateriais.

Segundo Tau Golin, outras iniciativas já estão em andamento, como o projeto de diagnóstico arqueológico interventivo, prospecção sistemática interventiva na área de instalação do Complexo Eólico Geribatu I, no município de Santa Vitória do Palmar, no estado do Rio Grande do Sul; o projeto de diagnóstico arqueológico interventivo e programa de educação patrimonial nas áreas de implantação da Linha de Transmissão 525 kv – Santa Vitória do Palmar – Povo Novo, Linha de Transmissão 138 Kv coletora Chuí; Linha de Transmissão coletora Geribatu quatro subestações associadas. Igualmente em andamento estão os endossos institucionais no Complexo Eólico Geribatu (licença prévia e licença de instalação), Parque Eólico Chuí, Parque Eólico Minuano, Linhas de Transmissão (Santa Vitória do Palmar, Povo Novo, Nova Santa Rita, Chuí).

O Lacuma
O Lacuma é responsável pela preservação do material recebido por meio dos contratos de endosso e apoio institucional entre o NuPHA e empresas, além de órgãos públicos. Tem o objetivo específico de firmar contrato com empresas para endossos de apoio institucional a projetos de diagnósticos arqueológicos e educação patrimonial, assumir a guarda e organização de acervos de documentação material, elaborar laudos, desenvolver eventos de cultura material e promover cursos e publicações que envolvam estes saberes.

Além dos seus objetivos gerais e específicos, o Lacuma será a plataforma inicial de um projeto mais amplo de estudo e conservação da cultura material e arqueológica, com desdobramentos futuros nos oferecimentos de cursos de curta duração nas áreas do patrimônio, com atuações em arquivos, museus, memoriais, etc., especialização e linha de pesquisa no Programa de Pós-Graduação em História. O NuPHA, juntamente com o Lacuma fazem parte de uma rede acadêmica de ensino, pesquisa e extensão.

 


Mestrado em Preservação do Patrimônio Cultural

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O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) divulgou o Edital 2013 de Seleção para o Mestrado Profissional em Preservação do Patrimônio Cultural. São oferecidas 20 bolsas de estudo no valor de R$ 1.500,00 para profissionais graduados em diversas áreas de conhecimento para atuarem no campo da preservação do patrimônio cultural junto às Superintendências Regionais do IPHAN.

O curso, com 24 meses de duração, associa as práticas de preservação nas unidades do IPHAN, distribuídas em todo território nacional, ao aprendizado teórico-metodológico e à pesquisa. As inscrições estão abertas até o dia 30 de abril de 2013 e o início das atividades dos selecionados será dia 1º de agosto de 2013.

Clique AQUI para consultar o edital.